sábado, dezembro 31, 2005

Feliz Ano Novo!


Estou a escrever este post ao som de 'Hallelujah' de Rufus Wainwright, que, segundo o meu amor, é uma música nostálgica. E é-o, na verdade. E é assim que me sinto neste momento.

Nunca pensei que 2005 me fosse deixar assim...Foi um ano que, inusitadamente, se transformou numa montanha-russa de sentimentos. Desde o stress do exame do meu amor (brilhantemente superado, diga-se), à entrada na especialidade, ao meu início de estágio (a última etapa de um longo e duro percurso), ao nosso noivado, à escritura da nossa casinha, ao nosso primeiro compromisso enquanto casal, até (e aqui posso apenas falar por mim) à nostalgia de 'lágrima ao canto do olho' de cada situação ou celebração familiar ter a carga de ser a última com os contornos que tinha até hoje...

Deixo aqui os meus votos sinceros a todos de que 2006 se revele sinceramente luminoso, sorridente a cada dia que passa, verdadeiramente feliz, como desejo para nós, vossos dedicados bloguistas, neste ano tão importante das nossas vidas!

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Barreiras


"If there is something you know you can do, but your mind keeps building barriers towards doing it, don't think about them and act, don't react" em Scrubs

É extraordinário como a nossa mente nos pode atraiçoar. Como algo que pode ser tão simples e mecânico de repente se pode tornar tão limitante. É como descer escadas: é automático, nem pensamos nos nossos movimentos; mas se começarmos a pensar neles, e no perigo que pode ser medir mal a altura ou colocar mal o pé ou ir demasiado depressa, baralhamo-nos e sentimos tonturas e temos a nítida sensação de que temos que ir mais devagar porque senão vamos cair, tornando-nos incapazes de realizar uma tarefa mecanizada tão simples.

Por isso, muitas vezes a solução é fechar os olhos e dar um passo confiante em frente, sem pensar no que pode correr mal, sem pensar que se calhar não vamos ser bem sucedidos. Fazemos e pronto. Depois de feito, temos muito tempo para pensar que ainda bem que arriscámos apesar de tanta coisa poder correr mal...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Entrega


"Toda a gente quer encontrar o amor, em todas as suas formas; no entanto, todos pomos condicionantes em relação à forma como queremos que ele se nos apresente" Ally McBeal

Há coisas na nossa vida que tomamos por garantidas e a forma como as outras pessoas se nos apresentam é uma delas. Achamos que sabemos sempre com o que contar por parte dessa pessoa, que ela é exactamente como a vemos, sem mistérios profundos, sem nada que nos possa apanhar 'off guard'.

Mas as pessoas não são lineares. Nem nós nem os outros. E toda a gente muda. Evolui com as experiências por que passa. O que não invalida que essas mudanças sejam quase imperceptíveis e um dia sejamos surpreendidos por uma reacção que não esperávamos. Pode ser uma coisa positiva ou negativa. A mim já me aconteceram as 2 coisas: as positivas são muito boas, e as negativas são muito decepcionantes, ou preocupantes, ou confusas, dependendo da pessoa que temos pela frente e da relação que temos com ela.

Do que é que temos medo? De nos entregarmos por inteiro aos outros? De que nos magoem? De que nos decepcionem? Por força de tanto desconfiarmos e termos receios acabamos por ter razão, porque as outras pessoas se ressentem e reagem às nossas atitudes, e o que poderia ser tão lindo como as relações humanas, acaba por ser algo bonito, sim, mas com 1 fundo algo cinzento.

Eu? Eu continuo a preferir ter fé na boa-vontade humana, continuo a preferir entregar-me de alma e coração a tudo em que me envolvo, continuo a preferir magoar-me que magoar, porque sei que saio mais a ganhar do que a perder...

terça-feira, dezembro 13, 2005

Could I have this dance?


I'll always remember the song they were playing,
The first time we danced and I knew.
As we swayed to the music and held to each other,
I fell in love with you.
Could I have this dance for the rest of my life?
Would you be my partner, then every night?
When we're together it feels so right,
Could I have this dance for the rest of my life?
I'll always remember that magic moment,
When I held you close to me.
As we moved together, I knew, forever,
You're all I'll ever need.
Could I have this dance for the rest of my life?
Would you be my partner every night?
When we're together it feels so right,
Could I have this dance for the rest of my life?
Anne Murray

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Help!


Hoje tinha em mente um post muito diferente do que vou escrever. Mas algo mexeu comigo...e está a dar comigo em doida há muito tempo...

Não vos enlouquece ter alguém na vossa vida, próximo ou não, que, sistematicamente pela sua infantilidade ou incapacidade de ver para além do seu próprio umbigo ou das suas próprias necessidades, reduz os vossos esforços, as vossas intenções, os vossos sonhos, os vossos actos, as vossas prioridades, a coisas pequenas ou mesquinhas apenas porque não estamos a dar prioridade ao que essa pessoa considera importante? Ou seja, apesar das nossas motivações serem propulsionadas por intentos superiores, são reduzidas a nada porque essa pessoa 'self-absorbed' não consegue ver a 'big-picture' mas só o imediato de si própria?

Eu sei o que deveria fazer. Ignorar, certo? E era isso que eu fazia inicialmente, mas isto tomou proporções tais que neste momento reina o desrespeito e o paternalismo. E eu estou a desesperar...Help?

sábado, novembro 26, 2005

It's Friday, I'm in love!


Perdoa-me se estou a cair numa inconfidência mas esta música dos The Cure tem definitivamente um significado especial para mim e para nós ;)
Devo confessar que todas as 6ª feiras chego a casa a trautear esta música, responsável por um momento, um instante, digno de cinema, em que nos afastámos, em que me chamaste, em que me voltei para ti, em que ficámos longos segundos a olhar-nos e a sorrir um para o outro, em que novamente nos afastámos sorrindo, desejando secretamente ficar juntos para sempre.
Apesar de, na altura (há praticamente 3 anos!), eu não ter percebido a hoje óbvia e admitida tentativa de me dizeres o que sentias por mim, agradeço-te a terna e romântica memória que criaste na nossa história :)
Hoje foi 'apenas' mais uma 6ªfeira juntos, aninhados, no quentinho do nosso abraço.
Foi 'apenas' mais uma 6ª feira em que o tempo e o mundo, com toda a sua agitação, pararam à nossa volta, conspirando a nosso favor.
Foi 'apenas' mais uma 6ª feira em que, uma vez mais, como em todos os dias, me fizeste apaixonar por ti...
AMO-TE MUITO!

quinta-feira, novembro 24, 2005

Paredes Nuas


I'm officially a proud co-owner of a three-story apartment!!!

Acho que a ficha ainda não caiu... Mas estou tão, tão feliz! É uma sensação estranhíssima sabermo-nos, ao fim de 24 anos, donos de uma casa, a NOSSA casa, paga por nós, onde iremos construir um futuro, uma história, uma família, um lar.

Olhar para aquelas paredes, para aquelas divisões, ainda nuas, imaginá-las transformadas num sítio acolhedor à nossa medida, ao nosso gosto, regido pelas nossas regras, um espaço nosso, sagrado, o nosso reduto...é inexplicável...!

segunda-feira, novembro 21, 2005

Protecção


Hoje confirmei algo que há muito sabia: o meu anjinho da guarda é realmente poderoso...
Venho aqui oficialmente agradecer a essas forças superiores, a esse Alguém que nunca me falhou, o hoje ter-me salvo a vida. O ter permitido que eu pudesse gozar a minha juventude, a minha vida, o meu futuro. O ter permitido que todos nós realmente tenhamos um futuro para gozar. O ter permitido que, nesse momento, eu tenha tido o maior sangue frio da minha vida para dar o melhor desfecho a uma situação que poderia ter gerado tragédia. Acho sinceramente que fui a única a aperceber-me da gravidade do que se estava a passar, e ainda bem...Assim, ficámos só com uma história bizarra para contar...

sábado, novembro 19, 2005

Elizabethtown


Vi hoje o filme e fiquei simplesmente siderada! O filme é brilhante! É desde já o meu filme preferido! Apesar de inicialmente parecer estranho, é deliciosamente humano e cativante!

É uma história tão simples, em que a morte é o ponto de partida para a celebração da vida, em que as pessoas que se cruzam entre si são iguais a nós, são iguais a todas as pessoas com quem nos cruzamos no dia-a-dia.

O meu conselho é: Vejam! Vejam este filme e passem, em 2 horas, a vossa vida diante dos vossos olhos, com todos os altos e baixos que lhe são tão característicos, com toda a humanidade que existe em nós, e reparem nos pormenores e nas subtilezas. Porque a nossa vida é realmente equivalente ao entra-e-sai de gente que existe num hotel...

quinta-feira, novembro 17, 2005

Countdown


Faltam 7 meses...Exactamente 7 meses...
7 meses para que a nossa felicidade seja ainda mais completa.
7 meses para dar continuidade a esse olhar no futuro e, simultaneamente, para aprofundar esse olhar nos olhos que nos é tão característico!
7 meses para ser ainda mais tua e tu seres ainda mais meu!
Beijos para ti, amor!

segunda-feira, novembro 14, 2005

You're simply the best!

"I call you when I need you, my heart's on fire
You come to me, come to me wild and wild
When you come to me
Give me everything I need
Give me a lifetime promises and a world of dreams
Speak a language of love like you know what it means
And it can't be wrong
Take my heart and make it strong baby

You're simply the best
Better than all the rest
Better than anyone
Anyone I've ever met

I'm stuck on your heart
I hang on every word you say
Tear us apart
Baby, I would rather be dead

In your heart, I see the star of every night and every day
In your eyes I get lost, I get washed away
Just as long as I'm here in your arms
I could be in no better place

Each time you leave me I start losing control
You're walking away with my heart and my soul
I can feel you even when I'm alone
Oh, baby, don't let go"

Tina Turner

sábado, novembro 12, 2005

Definição


Ontem terminou o ciclo de que falei no último post. Mas terminou de uma forma completamente inesperada...

Sabem quando temos uma sensação forte de que determinada pessoa não gosta de nós, independentemente de gostarmos dela e tudo fazermos para que o sentimento seja recíproco? Agora imaginem se, contra todas as vossas expectativas, essa mesma pessoa, numa despedida, verbaliza o quanto vos admira e o quanto vos tem em consideração, enumerando uma série de qualidades e potencialidades que nem acham que têm?

Isto aconteceu-me ontem...E o sentimento é um tanto ou quanto indefinivel...Fiquei feliz pela opinião que me foi expressa, e simultaneamente senti-me triste...por deixar essa pessoa? por ter uma opinião errada sobre ela? por sentir um certo alívio por nos despedirmos, apesar de a ter na maior consideração? Nem sei, mas foi estranhíssimo para mim não conseguir definir o que sentia, não conseguir sorrir ou chorar...

De qualquer forma, aqui fica registado o meu apreço por essa pessoa, o respeito que tenho pelos seus conhecimentos, e um agradecimento por tudo o que me deu de si.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Libertação


Amanhã termina uma era para mim! Com algum alívio, devo acrescentar...

Sabem aquelas situações em que nós sabemos que estão a ser benéficas para nós, mas simultaneamente os seus malefícios também se fazem sentir? Tentamos, a todo o custo, rentabilizar os benefícios e ignorar os malefícios, convencendo-nos de que os últimos são fruto da nossa imaginação. E esse jogo de cintura torna-se cansativo e extenuante, emocionalmente desgastante e, apesar dos benefícios, só queremos ver a situação pelas costas...

Devo acrescentar que esse tipo de contexto diário nos confere uma carapaça, nos dá forças, e nos constrói o carácter, mas, sinceramente, acho que de uma forma um pouco mais comedida a lição não deixaria de ser assimilada...

quinta-feira, novembro 03, 2005

Reflexão


Hoje ouvi esta pequena frase e, sinceramente, acho que resume muito bem o espírito humano na maioria das situações...

"Será que quando conseguimos o que queremos, queremos mesmo o que conseguimos?"

quarta-feira, outubro 26, 2005

Beijos...



Podem ser
ternos, apaixonados,
simples, complicados,
tranquilos, intensos,
ocasionais, intencionais,
repenicados, silenciosos,
na bochecha, nos lábios,
mas são nossos,
e são sempre cheios de amor e sentimento.

Beijos para ti, amor. Muitos. E daqueles só nossos!

Os teus braços

domingo, outubro 23, 2005

Tranquilidade

"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o."

Ricardo Reis


Podemos trocar carinhos mas às vezes é tão bom simplesmente assistir ao girar do Mundo por entre um abraço perene...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Sr António


Quando iniciamos o 6º ano existe uma sensação estranha de que, apesar dos 5 anos de estudo mais ou menos intensivo, não sabemos nada. E depois aparecem-nos doentes como o Sr António (cujo último nome não posso revelar porque senão estaria a quebrar o sigilo a que também estou submetida...), doentes tão queridos, tão colaborantes e simpáticos, e, sobretudo, tão capazes de ultrapassar o que a vida lhes reservou, com uma serenidade e elegância invejáveis, que simplesmente fazem valer cada gota de suor que gastámos para chegar aqui, com uma vontade férrea de salvar o mundo.

O sr António teve um AVC no dia em que fazia 81 anos. Teve convulsões, falava de forma incoerciva, e chegámos a pensar que não teria salvação. Foi, aliás, a 1ª vez que assisti a uma convulsão, e corri em busca de alguém com poder terapêutico para lhe salvar a vida como se da minha se tratasse. Não só se salvou como 2 dias depois (na 2ªfeira) já falava, embora não fosse capaz de mexer o lado direito.

Desde então tem vindo a melhorar a olhos vistos. Já se mexe, fala fluentemente e todas as manhãs, quando lhe vou tirar sangue, diz com um grande sorriso: "Oh Dra, já me picaram 51 vezes! Mas se tem que ser tem que ser...". E quando lhe avalio a força muscular nos 4 membros e face, ri-se muito e diz-me "A Dra tem com cada uma! E que tal? Hoje tenho mais força? Obrigada por este exercício matinal! Já sentia a sua falta!", sempre simpático e muito agradecido por estar no ponto em que está e não pior, por ter podido passar mais 1 aniversário em vez de maldizer a hora em que tudo isto lhe aconteceu...

Obrigado, sr António, por nos ensinar a gratidão e a doçura, por nos lembrar do que nos motivou a vir para esta profissão, e que para o ano tenha uma prenda melhor do que a deste...

quinta-feira, outubro 20, 2005

Desilusão


Não estou zangada,
nem furiosa,
mas triste,
profundamente triste,
e, sobretudo,
muito desiludida...

domingo, outubro 16, 2005

Prisioneira


Nunca vos aconteceu quererem sistematicamente que uma coisa vos corra bem e, por mais voltas que o mundo dê, essa mesma coisa correr sistematicamente mal e exactamente de uma forma que não podem controlar? E mesmo que tentem pô-la em prática não conseguem verdadeiramente gozá-la porque o que sistematicamente corre mal já correu?

Não vos faz sentir prisioneiros da situação? A mim deixa-me simplesmente fora de mim!

Eu sou uma pessoa muito pacífica. Quem me conhece sabe que é preciso este mundo e o outro para me tirar do sério. Mas isto tira-me realmente do sério. Porque, por mais que as variáveis que controlo mudem, o resultado é sempre o mesmo e esta recorrência toca as raias do desespero!

Mas pior do que isto tudo é eu não me conseguir nem querer conformar, porque aumenta a insustentabilidade da situação.

Estou definitivamente a precisar de meditar...

quarta-feira, outubro 12, 2005

Parabéns, Amor!


Parabéns, querido, pelos teus 26 anos!!!
Que eles corram tão radiosos como se adivinham, tão felizes quanto tu queres e tão plenos quanto mereces!!!
Beijos doces!

domingo, outubro 09, 2005

Ode à vida


Às vezes não se sentem assim? Tal qual a sensação que a imagem transmite?

Hoje (como sempre, mas particularmente hoje) sinto-me exactamente como se estivesse a correr num campo com o sol (ou a chuva... :o) ) a bater-me na face e fosse una com os elementos!

Viva a vida,
viva o amor,
viva a chuva,
viva a família,
viva os gatinhos,
viva o dia 17 de Junho de 2006!

E viva os bancos à 2ª feira... ;o)

terça-feira, outubro 04, 2005

1º Dia de Trabalho


Embora ainda me esteja a ambientar, perante todo o suor que marcou os anos precedentes, apenas tenho isto para dizer acerca do dia de ontem, do fundo do coração:

"Não disse que ia ser fácil, disse que ia valer a pena!"

segunda-feira, outubro 03, 2005

Limbo


A praxe é um rito de iniciação. Embora muitos não concordem (e se considerarmos certos abusos que proliferam por essas faculdades fora, provavelmente terão razão), a praxe é mesmo um rito de integração e iniciação. O gelo entre colegas novos é quebrado, porque todos estão na mesma situação. Um sorriso pode ser o suficiente para no dia seguinte nos sentirmos à-vontade para abordar essa pessoa e não nos sentirmos perdidos. E isto é particularmente verdade na Faculdade de Medicina de Lisboa.

No entanto, não é isso que me impele a escrever hoje. É que do outro lado dos praxados está o doutor finalista, que se submeteu às mesmíssimas coisas há escassos 5 anos e agora exerce o direito conquistado de assustar caloiros no corredor da morgue, dizendo-lhes verdades inacreditáveis que apenas com o tempo eles se aperceberão que o eram.

Foi neste ponto que me deu um 'Bac!' no espírito...Sou estagiária, finalista, o período de aulas que tenho desde há 18 anos acabou...aqui, no ponto em que me parece simplesmente inacreditável que tenha passado 5 anos...

Um colega do 2º ano comentou comigo 'Quem me dera estar no 6º!'. Eu sorri, embora a minha alma estivesse perplexa: lembro-me perfeitamente de o sentir, lembro-me de o dizer, e... estou do outro lado...Num ápice, num suspiro, cheguei ao ponto onde sempre ansiei estar. E neste momento não consigo sentir-me senão no limbo, nem me sentindo impostora, nem me sentindo inchada. Apenas num modesto estado de graça e gratidão. Apenas sentindo.

A todos os colegas que agora iniciam esta etapa comigo o desejo sincero de que este ano abra as portas para tudo o que sempre sonhámos alcançar desta profissão!

quinta-feira, setembro 29, 2005

Voar


Também sentem aquele formigueiro quando um esforço compensou?
Também se sentem a voar quando todas as forças positivas parecem convergir e conjugar-se para que a vida se encaminhe?
Também sentem a plenitude da esperança quando ela se materializa?
Também sentem a tranquilidade e euforia simultâneas quando tudo parece encaixar, movido por que forças do Universo?
Também sentem o quentinho do regresso a casa quando cumpriram 1 propósito firme?
Também sentem a felicidade nas mais pequenas coisas?

quinta-feira, setembro 22, 2005

Recolhimento


Neste momento recolho-me, caminho de alma nua em direcção a mim mesma, para, uma vez mais, encontrar forças para resolver algo que ninguém mais pode resolver por mim...

domingo, setembro 18, 2005

Arrepios!


Ontem estive no casamento de uma amiga. Adoro casamentos! São tão românticos, tão divertidos, tão libertadores, tão inspiradores!

Mas este foi especial. Foi a primeira amiga a casar. Foi o primeiro casamento a que fui sendo eu própria também já noiva...E é tão estranho escrever isto como vivê-lo. Mas é, sem dúvida, um estranho bom, óptimo, maravilhoso!

Mas é estranho. É como se não fosse realmente eu a viver isto, como se fosse tão bom e tão sonhado que nunca passaria dessa qualidade de sonho. É verdade, a ficha ainda não caiu. Sinceramente, acho que quer com as coisas muito boas, quer com as muito más, levamos sempre muito tempo a processar que realmente aconteceram, que realmente a nossa vez também chegou, que não acontece só aos outros, que nós somos os outros dos outros...E neste momento sinto-me tão pequena quanto invencível!

É maravilhosa a inexplicabilidade de certos sentimentos, é mesmo (acho) o que os torna únicos e mágicos, o que nos dá aquele arrepio bom da incredulidade quando algo de extraordinário nos acontece.

Desejo, sinceramente, muitos arrepios desses a todos os seres humanos e particularmente aos amigos que ontem deram mais um passo na perseguição da felicidade!

sexta-feira, setembro 09, 2005

Quem diria?


Estava a folhear um álbum de fotografias antigo e deparei-me com uma fotografia de turma que deve ter uns 18 anos. Olhei a fotografia, e olhei-a, e olhei-a... Parecia que falava comigo, que me susurrava "Quem diria?"...

Quem diria? Quem diria há 18 anos atrás que estaríamos onde estamos, que viveríamos o que já vivemos, que experienciariamos tudo o que experienciámos...E se nos dissessem, será que acreditávamos?

Olhando para aqueles sorrisos inocentes e puros, tão seguros porque completamente intocados por todas as variáveis do dia-a-dia, por todas as responsabilidades, por todas as consequências. O mundo era a nossa ostra, tudo girava à nossa volta. Ainda se lembram de quando tudo era simples? Linear? Crescemos e descobrimos que a vida se pode complicar, de formas que nos realizam ou nos destroem, e que tudo isso depende dos milhares de decisões que tomamos por dia.

Será que se nos dissessem que a minha amiga seria gestora, ou o meu amigo ia morrer, ou eu iria 2 meses para África, acreditaríamos? Não consigo deixar de olhar para aqueles rostos felizes e pensar em como é estranha a vida, como complica mantendo-se maravilhosa, como nunca adivinharíamos.

Não consigo deixar de olhar para aqueles rostos e pensar que o tempo não passou realmente, aquelas fotografias não passam de imagens numa bola de cristal e ainda vamos a tempo de ensinar a felicidade aos que a não conheceram entretanto. E será que não vamos a tempo de reavivar a chama da inocência em nós e de nos permitirmos viver a simplicidade e a felicidade?

sábado, setembro 03, 2005

Obrigado, amor!


Hoje chorei lágrimas da mais pura felicidade, naquele que é desde logo um dos dias mais felizes da minha vida.

Obrigado por essas lágrimas e obrigado por me deixares antever tantas outras ainda mais felizes!

Obrigado por quereres estar a meu lado!

Obrigado por seres simplesmente tu!

segunda-feira, agosto 29, 2005

Simplicidade


A minha alma está a sorrir! Sabem aqueles dias que, sem terem nada de complicado ou de extraordinário, são simplesmente perfeitos? Ou porque estivemos com a pessoa certa, ou porque fizemos algo que nos dá imenso prazer e há imenso tempo não faziamos, ou simplesmente porque há muito que não tinhamos disponibilidade para passar um dia sem preocupações, apenas a saborear o quão perfeito está a ser determinado momento, a saborear o sol, o sorriso, a tranquilidade, a proximidade connosco e com os outros. Ou porque tudo isto junto...E neste ponto não é só a minha alma que está a sorrir!
E viva o regresso à idade da inocência!

sexta-feira, agosto 26, 2005

5º Elemento

Palavras ausentes (Junto a ti)

Junto a ti
É que eu aprendi
A deixar ficar o silêncio
as palavras ausentes
Foi assim
Aprendi assim
Que é bom ficar em silêncio
Quando o amor, manda
Ai, é a saudade quem fala assim
É o amor que se ouve assim
Neste silêncio em que eu descobri
Que é bom ficar junto a ti
Foi assim
Aprendi assim
A deixar ficar o silêncio
As palavras ausentes
Ai, é a saudade quem fala assim
É o amor que se ouve assim
Neste silêncio em que eu descobri
Que é bom ficar junto a ti
Neste silêncio em que eu aprendi
A ficar bem junto a ti
Neste silêncio que descobri
Quando estou bem junto a ti.

Pedro Ayres Magalhães

A religião hindu valoriza muito os 5 elementos: ar, terra, fogo, água e a entidade superior a todos nós, seja ela Deus ou simplesmente o Amor. Tome ela que forma tomar, será sempre uma entidade que nos rodeia a todo o momento e nos envolve num abraço de serenidade e tranquilidade.
Tu és o meu 5º elemento. A tua presença acompanha-me a cada instante. Mas devo confessar...sinto tanta falta da tua presença física...! Sinto tantas saudades tuas! Só tu tornas cada momento mágico, só tu me fazes rir mesmo quando a vontade que impera é a de chorar, só tu consegues tornar perfeito o mais extraordinário dos acontecimentos. Só por estares a meu lado e me quereres ao teu. Mesmo quando tudo o que há para partilhar é o silêncio. É nesse silêncio que se revela o verdadeiro amor e nos descobrimos a nós mesmos, quando nos é desvendada a capacidade de respeitar o espaço do outro e simultaneamente não sentir o silêncio como um vazio mas como a partilha mais profunda de sentimentos...
Estou aqui. Para os silêncios, para os risos, para as lágrimas. Estou aqui.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Fragilidade


Por que será que temos momentos ou dias em que nos sentimos tão vulneráveis, apesar de sabermos que somos pessoas fortes? Porque deixamos que situações e pessoas, que não controlamos, nos transformem, de um momento para o outro, em pequenos grãos de areia sequiosos que o mar os lave daquele momento indesejado?
Nesses momentos, a necessidade de que alguém nos salve também de nós mesmos, da insegurança recém-descoberta, da vulnerabilidade que nos assola, da tristeza que invade a alma, é avassaladora, mesmo que estes sentimentos durem apenas um milésimo de segundo e de novo consigamos sorrir às adversidades sem que ninguém sequer tenha sonhado que este momento nos dominou durante esse milésimo de segundo...
Mas para dominarmos este momento temos que o entender, que entrar em harmonia com ele; temos que o aceitar como parte da nossa realidade e permitirmo-nos a liberdade de o reduzir à sua insignificância tal como ele por um milésimo de segundo nos reduziu a nós. Quando não conseguimos integrá-lo e aceitá-lo verdadeiramente, ele torna-se recorrente, fragiliza-nos cada vez mais e tanto mais quanto mais o tentamos ignorar e esconder naquele canto da alma que raramente visitamos. A liberdade de espírito que sentimos é temporária, a fragilidade aumenta, e somos subjugados por esse momento todos os dias um milésimo de segundo a mais que no dia anterior...E assola-nos a sensação de que somos prisioneiros de nós mesmos, das nossas fragilidades e da nossa incapacidade de lidar com uma realidade que, por um acaso do destino e contra todas as expectativas, se tornou a nossa.
Quero muito libertar-me das minhas fragilidades, aceitá-las como minhas e seguir em frente. Não são muitas e nem sequer dignas de tal nome mas o espírito humano é muito curioso e quando finalmente julgo ter tomado a atitude mais catártica descubro apenas que tenho que tentar outra vez e de forma diferente.
O que é mais extraordinário é que esta batalha connosco mesmos para aceitar essas fragilidades nos torna pessoas indubitavelmente mais fortes, porque não nos resignamos ao sofrimento que nos trazem, mas tentamos sempre aprender e crescer com elas até que elas nada mais tenham para nos ensinar e as tenhamos finalmente aceitado e dominado...

quarta-feira, agosto 03, 2005

Caminho


Estou nostálgica. E a nostalgia pode ser um sentimento bom, se o soubermos aproveitar para construir esperanças e planos para um futuro ainda mais risonho.
Terminei a fase mais activa da minha formação, e no meu espírito paira um turbilhão de sensações! Há um quentinho por dentro, de recompensa por tantos sacrifícios feitos em nome de algo maior, maior que eu, como o é sempre para todos nós que partilhamos uma qualquer paixão...Há um sorriso nos lábios e uma tímida lágrima de felicidade e uma plenitude...! Atingi, mais do que um objectivo, um sonho muito antigo, cumpri parte de uma promessa muito querida feita com toda a alma a Quem muito devo...Há um nervoso miudinho, borboletas no estômago quando penso no que o futuro me reserva. Supostamente não há mais teoria a saber para poder exercer uma arte ancestral, mas não me julgo ainda autónoma o suficiente para a pôr em prática, e ao mesmo tempo sei que sou capaz de o ser. Já me testei vezes suficientes em condições tão variadas para saber que sim.
Tenho já saudades das aulas infindas (às quais tinha mesmo que ir) passadas a fazer as coisas mais variadas e nem sempre de conteúdo académico ;o), dos amigos, da certeza de que eles lá estariam todos os dias como eu, da rotina, das conversas, da animação, do despertador que até agora podia eventualmente ignorar, do ritmo académico com cheirinho de juventude...No fundo, é como se se encerrasse um capítulo em que as nossas responsabilidades se confinassem a nós e ao nosso desempenho e preparação para situações vindouras, e iniciássemos agora um percurso de responsabilidade redobrada para connosco e especialmente para com quem nos confia o que tem de mais precioso: a sua vida!
O tempo é um poderoso aliado, muito mais o é Aquele em quem tanto confio. Por isso, olho com serenidade (e alguma da inevitável excitação de que revestem as situações novas...) para o caminho que se estende diante de mim.
Ao virar esta página, não posso deixar de me cobrir de gratidão para com as quatro pessoas extraordinárias que me deram tanto apoio e amor (e paciência!) neste percurso. Deixo aqui também o maior carinho para os Incredible 10 e todos os outros amigos espectaculares que fiz nestes 5 anos, e que transformaram este retalho da minha vida num período tão marcante!
E já agora...gostava tanto que me pudesses ver, Bia...!

terça-feira, julho 26, 2005

Rain Dance


«“Who is Rain?” asked the little girl in the lantern light.
“Rain is a dancer,” I replied.
“A dancer?” she said, prompting for more.
“Yes, a dancer,” I repeated, pausing for a moment to glance at our slumbering fields and up to the empty sky. The night was full and people were starting to arrive.
I raised my hand and gestured toward the stars, “Rain dances on the veil above, his feet tapping and bouncing on the cushion of the sky. Sometimes his feet will sink into the pillow of a cloud and water shakes loose and falls below to wash the earth and feed our crops. Some days he dances lightly, others with tumbles and leaps, the sound of his landing shaking the earth as his smile flashes and lights up the world.”»

Patrick Donohue


Hoje choveu...A Terra clamava por esses pingos abençoados, a Natureza sorriu ao recebê-los...
Eu também sorri. Adoro chuva e tudo o que ela representa. Abençoa, renova, lava a alma, antecipa o sol nas nossas vidas, promete dias mais risonhos e felizes. Transmite tranquilidade, harmonia, plenitude, pura felicidade. É a forma de Deus nos dizer "Renasce!". É Vida que desabrocha, almas que se elevam, espíritos que se regeneram.
Sou feliz, tenho tudo o que pode fazer um ser humano feliz: alguém especial, família, amigos; por isso, hoje abri os braços, olhei para o céu e sorri enquanto essas gotas milagrosas me escorriam pelo rosto...E a minha alma dançou...

terça-feira, julho 19, 2005

Trepar paredes

Hoje decidi tentar algo que não rime :). Decidi filosofar um bocadinho (não muito porque o tempo escasseia) sobre uma expressão que uso muito e que está a ter o seu expoente máximo por estes dias.
É Verão, e depois de um ano inteiro a trabalhar como se não houvesse amanhã, bem apetece sair um pouco, descansar, não fazer rigorosamente nada. Porque quer o corpo quer a mente estão a precisar de folga. Já nada parece render. E quanto mais se tem para fazer menos apetece fazer.
O problema surge quando temos mesmo que fazer algo. É que ouvi dizer que não dá para acabar cursos sem se fazer exames...Se pensar bem sobre o assunto, é óbvio que eles têm que existir, ninguém confiaria em alguém que não está devidamente credibilizado...Mas quando nos toca a nós é de fugir! E, lá está, TREPAR PAREDES! Porque há prazos, há coisas que têm que ser sabidas e não há vontade nenhuma...
Hei-de ter esta teoria non-sense até morrer: acho que, chegada a altura do exame, os professores nos deviam dizer algo como "Sabemos que todos vocês estudaram, que todos sabem muito disto, portanto, um exame é completamente excusado, não concordam? Bom Verão para todos!". Mas não, em vez disto dizem "Parece-vos impossível saber de-cor-e-salteado as 500 páginas que vêm para o exame? Pois, estamos solidários mas temos toda a confiança em como vocês conseguem!".
Por isso, aqui estou, tendo por única companhia o meu miau (que tem estudado tão afincadamente quanto eu lol, e tem sido uma companhia inestimável) e uma ventoínha que ainda me vai mantendo a sanidade perante o calor que só pede praia. E, no meio disto tudo, fica aquela sensação estranha de que provavelmente só a mim é que este desespero assola, estando todos, neste momento, a render muito mais que eu...Ou não...

sábado, julho 16, 2005

Para ti, Amor


"Like the sound of silence calling,
I hear your voice and suddenly
I'm falling, lost in a dream.
Like the echoes of our souls are meeting,
You say those words and my heart stops beating.
I wonder what it means.
What could it be that comes over me?
At times I can't move.
At times I can hardly breath.

When you say you love me
The world goes still, so still inside and
When you say you love me
For a moment, there's no one else alive

You're the one I've always thought of.
I don't know how, but I feel sheltered in your love.
You're where I belong.
And when you're with me if I close my eyes,
There are times I swear I feel like I can fly
For a moment in time.
Somewhere between the Heavens and Earth,
And frozen in time, Oh when you say those words.

When you say you love me
The world goes still, so still inside and
When you say you love me
For a moment, there's no one else alive

And this journey that we're on.
How far we've come and I celebrate every moment.
And when you say you love me,
That's all you have to say.
I'll always feel this way.

When you say you love me
The world goes still, so still inside and
When you say you love me
In that moment,I know why I'm alive

When you say you love me.
Do you know how I love you?"

Josh Groban


Ouvi esta música hoje e não resisti a publicá-la. É, para mim, das mais belas músicas criadas. Traduz de forma quase plena o que sinto quando me dizes que me amas.
Quase. Pois entre nós fica tanto por dizer, por falta de palavras que exprimam os sentimentos que os nossos olhos, corações, almas, gritam.
Esta música é apenas uma forma de te expressar o que é verbalizável.
De te dizer que a tua alma completa a minha.
De te dizer que me sinto pequenina e subjugada pela grandeza do que nos une.
De te dizer que te amo.

Dois Olhares



Livro do meu amor, do teu amor
Livro do nosso amor, do nosso peito...
Abre-lhe as folhas devagar, com jeito,
Como se fossem pétalas de flor

Olha que eu outro já não sei compor
Mais santamente triste, mais perfeito...
Não esfolhes os lírios com que é feito
Que outros não tenho em meu jardim!

Livro de mais ninguém! Só meu! Só teu!
Num sorriso tu dizes e digo eu:
Versos só nossos mas que lindos sois!

Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente
Dirá, fechando o livro docemente:
«Versos só nossos, só de nós os dois!»

Florbela Espanca

Aqui começa o nosso blog, a nossa escrita, a nossa partilha, o nosso olhar sobre tudo o que nos for na alma e não só. Boa leitura!