sábado, março 11, 2006

Paixões


É extraordinária a forma calorosa e envolvente com que alguém nos pode falar sobre um tema banalíssimo se por ele nutrir uma paixão ou se com ele mexer a nível emocional ou intelectual.
Desde o futebol, à fome, passando pela política, história, actualidade, religião, guerra ou a subida do preço do barril de petróleo, há uma infinidade de temas (alguns dos mais insólitos inclusivé) capazes de despertar alguém numa aparente letargia para uma conversa completamente apaixonante. Isto no óbvio pressuposto de que a partilha de ideias é feita dentro dos limites do respeito e aceitação recíprocos de que podem e devem existir opiniões diferentes da nossa.
O que é mais extraordinário é que, mesmo não havendo coincidência de pontos de vista possível ao fim de horas de discussão, essa partilha de ideias serviu pelo menos um grande e importante propósito: alargar os horizontes dos intervenientes para mil e uma facetas do mesmo problema que estes podiam eventualmente desconhecer. Torna-nos simultaneamente pessoas mais tolerantes e mais hábeis a defender os nossos ideais, e, eventualmente até, pessoas mais interventivas na nossa sociedade.
Admiro profundamente uma pessoa que respeitosa mas apaixonadamente, sincera e honestamente, com o coração e com a razão, defende um ponto de vista. É estimulante e motivador. Acima de tudo, extremamente enriquecedor.

quarta-feira, março 08, 2006

Ode à Mulher


O dia de hoje não serve para nos congratularmos por sermos as melhores, por sermos melhores que os homens, ou sequer por sermos diferentes.
O dia de hoje serve para nos lembrar
o quão sacrificado o género feminino foi ao longo dos séculos, desprovido de vontade e iniciativa
serve para celebrarmos a coragem que algumas mulheres tiveram em ser diferentes
para celebrarmos as que ousaram desafiar o poder masculino instituído tantas vezes pela força
serve para relembrar os milhões de mulheres que ao longo do tempo (e ainda hoje) são despidas do que deviam ter de mais seu por direito
serve para relembrar a força de espírito inquebrável que deu suporte à nossa posição (mais justa ou mais injusta) na sociedade em que estamos inseridas.
Não sou feminista, bem pelo contrário. Acho o género feminino, tal como o masculino, maravilhoso e intrigante. Somos todos seres riquíssimos, e hoje celebra-se a riqueza de um ser tantas vezes subestimado e subjugado ao longos dos séculos e por esse mundo fora.
Hoje, mais do que em qualquer dia, quero expressar a minha admiração por todas as mulheres, que conheço ou não, que são uma fonte de inspiração para todos nós pela sua força interior, resistência e capacidade de amar em circunstâncias em que teriam todos os motivos para serem pessoas tristes e, apesar disso, resistem heroicamente à tentação da vitimização.

terça-feira, março 07, 2006

Ilha

"You were right.
And I don't want to be here
if you're gonna be there.
Was that supposed to happen?
I'll hold tight.
I'll remember to smile.
Though it has been a while.
And without you does it matter?
There's no room.
No place to start.
When our souls are apart.
I want to travel through time.
See your surprise.
I'd hold you so tight.
I'm counting down the days tonight.
I just want to be a million miles away from here.
I'm counting down the days.
How've you been?
It's just the usual here.
And days are feeling like years.
And every day's without you.
Now I cry just a little too much
when I think of your touch
And everything about you.
I feel cold.
I'm in the dark.
When our souls are apart.
I want to travel through time.
See your surprise.
I'd hold you so tight.
I'm counting down the days tonight.
I just want to be a million miles away from here.
I'm counting down the days.
I'm counting down the days."
Natalie Imbruglia
Correndo o risco de me repetir, mas nunca o dizendo vezes suficientes, o nosso lugar é mesmo ao lado quem amamos e nos ama.
Se não, qual é o objectivo?
É nenhum Homem é uma ilha...e parecendo que não, já só faltam 2 semanas...

domingo, março 05, 2006

Sorriso

"There was a time when I felt like I cared
That I was shorter than everyone there
People made me feel like life was unfair
And I did things that made me ashamed
Cos I didn't know my body would change
I grew taller than them in more ways
But there will always be the one who will say
Something bad to make them feel great
People are all the same
And we only get judged by what we do
Personality reflects name
And if I'm ugly then
So are you "
Sugababes
Brancos, pretos, amarelos, vermelhos, às riscas, às pintinhas azuis, altos, baixos, de todas as formas e feitios, novos, velhos, portugueses, chineses, americanos, israelitas, palestinianos, tutsis, etíopes, colombianos, indianos, russos, suecos, iraquianos, católicos, protestantes, budistas, muçulmanos, judeus: SOMOS TODOS IGUAIS!
Somos todos de carne, sangue, lágrimas. E todos temos uma personalidade, é ela que nos distingue uns dos outros. Não nascemos todos com as mesmas capacidades, mas o que fazemos com elas, o que a nossa personalidade faz com que persevere ou esmoreça, é que nos eleva perante o mundo e, sobretudo, perante nós mesmos.
Inventar diferenças maiores que estas é arranjar formas de esquecer o que é realmente importante na vida, o que de verdadeiramente relevante há para lutar, a iniquidade, a fome, a morte inútil, a violação do direito mais básico que é ser decisor próprio do seu corpo e destino.
Vale a pena esquecer os sentimentos pequenos que possamos ter no nosso dia-a-dia em prol de um mundo de sorriso lavado e puro...! Como o desta fotografia, tirada por nós missionários, em Chongoene (Moçambique), a uma criança que encontrámos no meio do mato e que nem sonha como o seu sorriso é lindo e pode fazer tanta diferença!