segunda-feira, agosto 29, 2005

Simplicidade


A minha alma está a sorrir! Sabem aqueles dias que, sem terem nada de complicado ou de extraordinário, são simplesmente perfeitos? Ou porque estivemos com a pessoa certa, ou porque fizemos algo que nos dá imenso prazer e há imenso tempo não faziamos, ou simplesmente porque há muito que não tinhamos disponibilidade para passar um dia sem preocupações, apenas a saborear o quão perfeito está a ser determinado momento, a saborear o sol, o sorriso, a tranquilidade, a proximidade connosco e com os outros. Ou porque tudo isto junto...E neste ponto não é só a minha alma que está a sorrir!
E viva o regresso à idade da inocência!

sexta-feira, agosto 26, 2005

5º Elemento

Palavras ausentes (Junto a ti)

Junto a ti
É que eu aprendi
A deixar ficar o silêncio
as palavras ausentes
Foi assim
Aprendi assim
Que é bom ficar em silêncio
Quando o amor, manda
Ai, é a saudade quem fala assim
É o amor que se ouve assim
Neste silêncio em que eu descobri
Que é bom ficar junto a ti
Foi assim
Aprendi assim
A deixar ficar o silêncio
As palavras ausentes
Ai, é a saudade quem fala assim
É o amor que se ouve assim
Neste silêncio em que eu descobri
Que é bom ficar junto a ti
Neste silêncio em que eu aprendi
A ficar bem junto a ti
Neste silêncio que descobri
Quando estou bem junto a ti.

Pedro Ayres Magalhães

A religião hindu valoriza muito os 5 elementos: ar, terra, fogo, água e a entidade superior a todos nós, seja ela Deus ou simplesmente o Amor. Tome ela que forma tomar, será sempre uma entidade que nos rodeia a todo o momento e nos envolve num abraço de serenidade e tranquilidade.
Tu és o meu 5º elemento. A tua presença acompanha-me a cada instante. Mas devo confessar...sinto tanta falta da tua presença física...! Sinto tantas saudades tuas! Só tu tornas cada momento mágico, só tu me fazes rir mesmo quando a vontade que impera é a de chorar, só tu consegues tornar perfeito o mais extraordinário dos acontecimentos. Só por estares a meu lado e me quereres ao teu. Mesmo quando tudo o que há para partilhar é o silêncio. É nesse silêncio que se revela o verdadeiro amor e nos descobrimos a nós mesmos, quando nos é desvendada a capacidade de respeitar o espaço do outro e simultaneamente não sentir o silêncio como um vazio mas como a partilha mais profunda de sentimentos...
Estou aqui. Para os silêncios, para os risos, para as lágrimas. Estou aqui.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Fragilidade


Por que será que temos momentos ou dias em que nos sentimos tão vulneráveis, apesar de sabermos que somos pessoas fortes? Porque deixamos que situações e pessoas, que não controlamos, nos transformem, de um momento para o outro, em pequenos grãos de areia sequiosos que o mar os lave daquele momento indesejado?
Nesses momentos, a necessidade de que alguém nos salve também de nós mesmos, da insegurança recém-descoberta, da vulnerabilidade que nos assola, da tristeza que invade a alma, é avassaladora, mesmo que estes sentimentos durem apenas um milésimo de segundo e de novo consigamos sorrir às adversidades sem que ninguém sequer tenha sonhado que este momento nos dominou durante esse milésimo de segundo...
Mas para dominarmos este momento temos que o entender, que entrar em harmonia com ele; temos que o aceitar como parte da nossa realidade e permitirmo-nos a liberdade de o reduzir à sua insignificância tal como ele por um milésimo de segundo nos reduziu a nós. Quando não conseguimos integrá-lo e aceitá-lo verdadeiramente, ele torna-se recorrente, fragiliza-nos cada vez mais e tanto mais quanto mais o tentamos ignorar e esconder naquele canto da alma que raramente visitamos. A liberdade de espírito que sentimos é temporária, a fragilidade aumenta, e somos subjugados por esse momento todos os dias um milésimo de segundo a mais que no dia anterior...E assola-nos a sensação de que somos prisioneiros de nós mesmos, das nossas fragilidades e da nossa incapacidade de lidar com uma realidade que, por um acaso do destino e contra todas as expectativas, se tornou a nossa.
Quero muito libertar-me das minhas fragilidades, aceitá-las como minhas e seguir em frente. Não são muitas e nem sequer dignas de tal nome mas o espírito humano é muito curioso e quando finalmente julgo ter tomado a atitude mais catártica descubro apenas que tenho que tentar outra vez e de forma diferente.
O que é mais extraordinário é que esta batalha connosco mesmos para aceitar essas fragilidades nos torna pessoas indubitavelmente mais fortes, porque não nos resignamos ao sofrimento que nos trazem, mas tentamos sempre aprender e crescer com elas até que elas nada mais tenham para nos ensinar e as tenhamos finalmente aceitado e dominado...

quarta-feira, agosto 03, 2005

Caminho


Estou nostálgica. E a nostalgia pode ser um sentimento bom, se o soubermos aproveitar para construir esperanças e planos para um futuro ainda mais risonho.
Terminei a fase mais activa da minha formação, e no meu espírito paira um turbilhão de sensações! Há um quentinho por dentro, de recompensa por tantos sacrifícios feitos em nome de algo maior, maior que eu, como o é sempre para todos nós que partilhamos uma qualquer paixão...Há um sorriso nos lábios e uma tímida lágrima de felicidade e uma plenitude...! Atingi, mais do que um objectivo, um sonho muito antigo, cumpri parte de uma promessa muito querida feita com toda a alma a Quem muito devo...Há um nervoso miudinho, borboletas no estômago quando penso no que o futuro me reserva. Supostamente não há mais teoria a saber para poder exercer uma arte ancestral, mas não me julgo ainda autónoma o suficiente para a pôr em prática, e ao mesmo tempo sei que sou capaz de o ser. Já me testei vezes suficientes em condições tão variadas para saber que sim.
Tenho já saudades das aulas infindas (às quais tinha mesmo que ir) passadas a fazer as coisas mais variadas e nem sempre de conteúdo académico ;o), dos amigos, da certeza de que eles lá estariam todos os dias como eu, da rotina, das conversas, da animação, do despertador que até agora podia eventualmente ignorar, do ritmo académico com cheirinho de juventude...No fundo, é como se se encerrasse um capítulo em que as nossas responsabilidades se confinassem a nós e ao nosso desempenho e preparação para situações vindouras, e iniciássemos agora um percurso de responsabilidade redobrada para connosco e especialmente para com quem nos confia o que tem de mais precioso: a sua vida!
O tempo é um poderoso aliado, muito mais o é Aquele em quem tanto confio. Por isso, olho com serenidade (e alguma da inevitável excitação de que revestem as situações novas...) para o caminho que se estende diante de mim.
Ao virar esta página, não posso deixar de me cobrir de gratidão para com as quatro pessoas extraordinárias que me deram tanto apoio e amor (e paciência!) neste percurso. Deixo aqui também o maior carinho para os Incredible 10 e todos os outros amigos espectaculares que fiz nestes 5 anos, e que transformaram este retalho da minha vida num período tão marcante!
E já agora...gostava tanto que me pudesses ver, Bia...!