quarta-feira, outubro 10, 2007

Silêncios

Há bons e maus silêncios.
Silêncios estudados e silêncios comprometedores.
Silêncios de ouro e silêncios de chumbo.
Silêncios silenciosos e silêncios ensurdecedores.
Silêncios que tornam um momento inolvidável e silêncios que só queremos esquecer.
Silêncios em que estamos unos com o Mundo e silêncios em que estamos completamente sós.
Silêncios que dispensam palavras e silêncios abissais.

"O silêncio que precede as emboscadas; o silêncio no instante do penalti; o silêncio de uma marcha fúnebre; o silêncio dos girassóis; o silêncio de Deus depois dos massacres; o silêncio de uma baleia agonizando na praia; o silêncio das manhãs de domingo numa pequena aldeia do interior do Alentejo; o silêncio da picareta que matou Trotski; o silêncio da noiva antes do sim."
"As mulheres do meu pai" José Eduardo Agualusa

São, no entanto, sempre formas de nos conhecermos melhor uns aos outros e a nós próprios.
Eu aprecio muito o silêncio, clarifica a mente sem o ruído da vida à nossa volta. Ainda que eu seja uma pessoa agitada, há silêncios que aprecio quase como se fossem uma sinfonia.

O ruído é sobre-estimado :o)

3 comentários:

Anónimo disse...

Fiquei na dúvida entre silenciar-me, ou não neste post. Assim vou falar baixinho. (Dos meus silêncios indispensáveis estão o da noite quando quero dormir, o da manhã quando acabo de acordar, o da tristeza profunda, e da contemplação da beleza da vida. São silêncios meus, mas que por vezes partilho. Adorei o post, a sua clarividência e surpreendeu-me. Desculpa a resposta pouco silenciosa, mas há dias e dias, e hoje é um daqueles dias mmmuuuiiitoooo bons! :D)

Anónimo disse...

SSSSSSSSSHHHHHHHHIIIIIUUUU ........

Cristina disse...

Gosto bastante do silêncio para ler e me concentrar no meu trabalho, mas, às vezes, quando estou ou demasiado contente ou demasiado abatida, não gosto nada de silêncio. Procuro ouvir tudo e todos...mesmo que as conversas não interessem para nada.

Há vezes, o silêncio é d'ouro e um desses casos é nos comentários desportivos. Bem que os jornalistas podiam simplesmente deixar o jogo correr e pôr o som ambiente como som predominante. Isso é que era de valor!