segunda-feira, outubro 30, 2006

Eternal Sunshine of the Spotless Mind



O eterno amanhecer...
Acho que, no fundo, é o que todos ansiamos.
O eterno renovar de tudo na nossa vida, as pessoas, as situações, as histórias.
Recomeçar do princípio.
Acordar de manhã e ser toda uma nova página em branco no nosso livro de vida, sem uma única frase escrita do dia anterior, sem nada que nos magoe ou entristeça, sem nada que nos doa ou minimize.
Queremos envelhecer em sabedoria sem envelhecer a nossa pele ou a nossa alma.

Mas o que muitas vezes esquecemos é que todos os embróglios da nossa vida, tudo aquilo que nos foi dito ou que dissémos, tudo o que fizémos ou deixámos que nos fizessem e queremos esquecer, tudo isso faz de nós quem somos, mais virtude menos virtude, mais defeito menos defeito.
Todos já sofremos e todos já sentimos a plenitude da felicidade. O que seria de nós sem qualquer um de ambos?

A solução, parece-me, consiste em descobrir onde encaixar essas experiências, como se a nossa vida fosse o que na realidade é, um puzzle, um quebra-cabeças, cujo resultado só surgirá no nosso último suspiro, pois todo o Universo conspira para que aprendamos as lições certas na altura em que melhor estamos preparados para as receber, mesmo que não as compreendamos logo.

Para verdadeiramente aproveitarmos a vida e o que nos é oferecido por ela para obtermos sabedoria, para o verdadeiro Carpe Diem, cabe-nos a nós deixar que a página do dia anterior não nos atormente a do dia presente. Pelo contrário, cabe-nos aceitar que é mais uma peça do puzzle e enfrentar o novo dia com o sorriso de uma alma limpa e leve, pronta a aproveitar cada oportunidade de felicidade, entregando-se verdadeiramente a quem cruza o seu caminho, na premissa de que também essa pessoa terá algo para lhe ensinar.

Será assim tão complicado para nós aceitarmos que alguém simplesmente nos quer bem, apesar de às vezes nos magoar? E quantas vezes não magoámos nós pessoas a quem queremos mais do que à própria vida? Porquê desistir de algo só porque é difícil? Porquê acobardarmo-nos, anestesiarmo-nos para não sentirmos dor, mas também não sentirmos alegria?

Como diz um amigo muito querido meu: "O segredo está em conversar"...

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá querida flor de lotus!Não imaginas o prazer q senti em ler o teu pequeno texto, pois penso exactamente da mesma forma, curioso... acredito que se tivesse q falar desse assunto diria cada palavra como o fizeste, no sitio em que a puseste!:) Engraçado, n achas?!
Tenho uma pergunta: Se a solução está em conversar, algo com que concordo em pleno, o q fazer qd os outros n querem conversar. Confesso q me me desoriento qd tal acontece!

Flor de Lotus disse...

Querido anónimo, primeiro obrigada pelo teu comentário! Segundo, em relação à questão, pertinente a meu ver, que levantaste, posso apenas responder com base na minha opinião pessoal. A solução é aguardar. A paciência é a mãe de todas as virtudes. Vamos tentando conversar (e não desconversar), com paciência até ao dia em que a outra pessoa se mostra receptiva ao que temos para dizer. Eventualmente a oralidade pode não funcionar, pois ambos os lados têm sempre toda a razão e se não estiverem verdadeiramente preparados para escutar nem ouvir tentam. Nesse caso, algo escrito com o coração, com calma e clareza pode trazer o entendimento de volta. Não sei se respondi à tua pergunta, mas espero que tenha ajudado...
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