terça-feira, setembro 26, 2006

A química da alma


"Em última análise, tudo se resume a moléculas!" disse ele, pleno de expressividade e vida no rosto.

Naquele momento senti-me num daqueles momentos-chave da nossa vida, em que todo um mundo de hipóteses se revela, e com elas todas as dúvidas que transportam consigo.

Ao ver o meu amor de olhar vivaz e sorridente dizer aquilo foi como se fosse uma cena de CSI, em que logo de seguida se vê um zoom crescente até à molécula.

E levanta-se a questão. Eu acredito que a alma existe, é o que nos anima e enche de vida. Mas e se os nossos raciocínios, as nossas emoções, os nossos sentimentos não passarem de coincidências químicas, de reacções simultâneas que ao coexistirem são responsáveis pelo nosso pensamento num dado momento? Ou seja, é o nosso pensamento (animado por uma alma?) que estimula a produção de substâncias para que o raciocínio se desencadeie ou é a produção dessas substâncias que faz com raciocinemos?

O corpo humano é maravilhoso, tal como o é o seu funcionamento. Toca as raias do misterioso, apesar de tudo o que já se sabe acerca dele. Basta ter em mente que toda a nossa complexidade teve origem em 2 simples células que se juntaram! Mas para mim é algo redutor pensar que cabeças que inventaram e/ou descobriram coisas tão complexas como o próprio estudo do corpo humano apenas o conseguiram porque reacções casuais e coincidentes lhes permitiram uma ideia brilhante num dado momento...

Está lançada a polémica... ;o)

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